Impacto do conflito parental nas crianças: como a Psicóloga Assistente Técnica pode ajudar

Vira e mexe são noticiados nos meios de comunicação processos de divórcio de famosos. Alguns são noticiados como mais tranquilos, como foi o da artista Sandy no final do ano de 2023, outros são mais polêmicos e acirrados, como foi o caso da atriz e apresentadora Luana Piovani e do surfista Pedro Scooby. Este último configura como um exemplo das diversas implicações possíveis dos litígios familiares. Uma destas implicações é o possível impacto emocional nas crianças, que pode ser profundo e duradouro.

A presença de conflito entre os pais, seja em casos de divórcio, disputas de guarda e convivência ou litígios familiares, está diretamente relacionada ao surgimento de distúrbios emocionais na criança. Além de outros estressores contextuais aos quais ela pode passar a ser exposta, como uma mudança socioeconômica que pode chegar ao ponto de uma imprevisibilidade financeira, bem como uma redução de suporte parental.

Estes fatores podem criar um ambiente potencialmente estressante para a criança, e a exposição a isto pode desencadear uma série de reações negativas nela, incluindo tristeza e insegurança, assim como ansiedade e até mesmo sentimentos de culpa.

Essas emoções podem se manifestar de diversas maneiras afetando o seu bem-estar emocional e psicológico. É importante reconhecer que este impacto emocional na criança não é apenas temporário, mas pode ter repercussões ao longo de seu desenvolvimento. Estudos mostram que crianças expostas a conflitos parentais prolongados têm maior probabilidade de desenvolver problemas emocionais, comportamentais e de relacionamento na idade adulta.

Portanto, é crucial que os pais e profissionais jurídicos envolvidos estejam cientes do impacto que seus conflitos podem ter na criança e tomem medidas para protegê-la e apoiá-la durante esse período.

Um papel fundamental, nesses processos jurídicos que envolvem conflitos parentais, é o desempenhado pela profissional Psicóloga Assistente Técnica. Sua expertise e perspectiva especializada são essenciais para garantir que as necessidades psicológicas da criança sejam devidamente consideradas ao longo do processo jurídico, pois a profissional poderá oferecer recomendações específicas levando em consideração a fase de desenvolvimento emocional e psicológico da infante.

A Psicóloga Assistente Técnica irá, portanto, além de avalizar a qualidade técnica do laudo pericial, colaborar - com a parte, advogados e outros profissionais envolvidos - na construção de soluções que priorizem o interesse superior da criança e ajudem a preservar o seu adequado desenvolvimento.

Referência: ROSEIRO, Claudia Paresqui; PAULA, Kely Maria Pereira de; MANCINI, Camila Nasser. Estresse e enfrentamento infantil no contexto do divórcio parental. Arq. bras. psicol.,  Rio de Janeiro ,  v. 72, n. 1, p. 55-71, abr.  2020.